O PISTOLEIRO
The gunslinger
Série A Torre Negra, vol. 1
Stephen King
Tradução de Mário Molina
221 páginas
Objetiva, 2004
Então, num cinema quase completamente vazio (o Bijou, em Bangor, no Maine, se é que isso importa), vi um filme dirigido por Sérgio Leone. Chamava-se Três Homens em Conflito, e, antes mesmo da metade da fita, percebi que o que eu queria escrever era uma história com o senso de busca e a magia de Tolkien, mas ambientada no quase absurdamente majestoso cenário de faroeste de Leone. (p. 12)
O trecho acima, extraído da introdução do primeiro volume da série A Torre Negra, mostra como surgiu a idéia dessa saga dividida em 7 volumes, considerada uma das mais importantes obras do escritor Stephen King. Além de O senhor dos anéis e Três homens em conflito, também serviu de inspiração para a série o poema épico do século XIX “Childe Roland à Torre Negra chegou”, de Robert Browning.
A Torre Negra é o trabalho mais ambicioso de King, levou cerca de 33 anos para ser concluído. O autor começou a escrever a história na década de 1970, quando ainda era um estudante universitário. O último volume, A Torre Negra, foi publicado em 2004. A história é uma mistura de ficção científica, fantasia e terror e faz referências à cultura pop, às lendas arturianas e ao faroeste. Há também ligações com outras obras do autor: Buick 8, A casa negra, A coisa, A dança da morte, Heart in Atlantis, Hora do vampiro, O iluminado, Insônia, Os justiceiros, Os olhos do dragão, Rose Madder, Pesadelos e paisagens noturnas, Saco de ossos, Tudo é eventual (os contos “Tudo é eventual” e “As Irmãzinhas de Eluria”) e Tripulação de esqueletos (o conto “O nevoeiro”).
No site www.torrenegra.com.br, o leitor encontrará mais informações sobre a série A Torre Negra e os volumes que a compõem. Além de ter a oportunidade de ler o poema “Childe Roland à Torre Negra chegou”, traduzido por Fabiano Morais.
Roland Deschain de Gilead é o último de uma linhagem de pistoleiros, o equivalente do Mundo Médio aos cavaleiros medievais. Para evitar a destruição de um mundo pós-apocalíptico, o pistoleiro deve encontrar a Torre Negra, um lugar lendário que controla o tempo e o espaço.
Em O pistoleiro, Roland está perseguindo o misterioso e estranho homem de preto, pois de alguma forma este sabe o modo de chegar á Torre Negra. Além de suportar o calor do deserto, o pistoleiro terá que escapar de uma armadilha preparada na cidade de Tull. O homem de preto se faz passar por um homem santo e convence os habitantes de que Roland é o anticristo.
Num posto de diligências abandonado no deserto, o pistoleiro encontra Jake Chambers, um garoto que foi transportado para o mundo decadente da história, depois morrer tragicamente na Nova York de 1977. O garoto parece estar ligado de alguma forma a Walter, o homem de preto.
Decidido a alcançar Walter, Roland junto com Jake atravessam o imenso deserto. Mas o calor infernal é o menor dos males. Eles terão que enfrentar demônios e monstros conhecidos como vagos mutantes. A perseguição fica tensa quando o pistoleiro e o garoto são obrigados a atravessar uma mina abandonada, escura e infestada de vagos mutantes.
Durante a perseguição são apresentados fragmentos do passado de Roland. Neles aparecem os amigos e o mestre do protagonista. O leitor fica sabendo como o último dos Deschain se tornou pistoleiro e conhece o traidor Marten, feiticeiro subordinado do pai e amante da mãe de Roland. Esse feiticeiro foi um dos responsáveis pela destruição da cidade natal do pistoleiro.
O pistoleiro é o livro mais heterogêneo da série e o de menor número de páginas. A razão para isso é o fato de ter sido escrito por um escritor muito jovem e que ainda estava desenvolvendo um estilo próprio. Mas isso em nada desabona o livro.
Também estão presentes no primeiro volume da coleção A Torre Negra uma introdução e um prefácio bastante interessantes, pois o leitor ficará sabendo como foi para Stephen King escrever a série e como surgiu a idéia de colocar o número dezenove como místico na história.
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