Livros

Alcatraz contra os Bibliotecários do Mal

Um garoto com o poder de quebrar as coisas tem como missão recuperar um saco de areia e impedir que um grupo de bibliotecários malvados domine o mundo

– 19/03/2014

Alcatraz contra os Bibliotecários do MalALCATRAZ CONTRA OS BIBIOTECÁRIOS DO MAL
Alcatraz versus the Evil Librarians
Série Alcatraz, vol. 1
Brandon Sanderson
Tradução de Ricardo Gouveia
288 páginas
Benvirá, 2010

Comprar: CulturaLivraria da Folha

 

Rejeitado por 26 famílias, o desastrado Alcatraz Smedry é um garoto órfão de 13 anos. Independente de sua vontade, ele está sempre quebrando alguma coisa, para desespero dos pais adotivos. No seu décimo terceiro aniversário, Alcatraz recebe um saco de areia como herança de seus pais verdadeiros.

A vida de Alcatraz muda drasticamente quando o saco é roubado. O garoto conhece seu avô paterno, Leavenworth Smedry, e descobre que pertence a uma linhagem de pessoas com poderes peculiares. Quebrar coisas é o poder especial de Alcatraz. O avô tem a habilidade de chegar atrasado. Há ainda os dois primos de Alcatraz, Quentin e Sing. O primeiro consegue falar coisas que não fazem sentido, já o segundo é capaz de tropeçar e cair de cara no chão. A única garota do grupo, Bastilha Crystin, não possui nenhum poder especial mas é boa de briga.

Os vilões da história são os Bibliotecários do Mal. Eles querem dominar o mundo espalhando desinformação e ocultando a verdade. O mundo que conhecemos é uma mentira criada por eles. A maioria das nações é dominada pelos Bibliotecários. Eles querem usar a areia roubada de Alcatraz para derrotar seus inimigos, principalmente a família do protagonista.

Para recuperar sua herança, Alcatraz e seus aliados vão ter que invadir a biblioteca local, um dos esconderijos dos vilões. Bibliotecários furiosos, monstros de papel, dinossauros falantes, perseguições e sessões de tortura são algumas das surpresas que aguardam o protagonista e seus aliados.

No universo do livro, a magia foi substituída pela tecnologia silimática, baseada em areia. Com esse tipo de tecnologia, praticamente tudo é possível: carros que andam sozinho, prédios imensos que ocupam pouco espaço, prisões indestrutíveis e lentes com poderes variados como raios de fogo e tradução de idiomas.

Outro elemento da história que chama a atenção do leitor é o narrador. O próprio Alcatraz, sob o pseudônimo de Brandon Sanderson (isso mesmo, o autor do livro), é quem narra os acontecimentos de sua história. Alcatraz também tenta convencer o leitor de que não é um herói nem uma boa pessoa. Há ainda o uso de metalinguagem, isto é, o narrador explica como a história foi construída e quais elementos narrativos foram usados para esse fim. Não há motivos para preocupações, a narração e as explicações são feitas com humor e ironia.

Você já está irritado comigo?
Bom. Trabalhei duro – talvez eu explique o porquê mais tarde – para frustá-lo. Uma das maneiras de fazer isso é deixar ganchos nos finais dos capítulos. Esse tipo de coisa força você, leitor, a continuar mergulhado na história.

Talvez o enredo de Alcatraz contra os Bibliotecários do Mal possa parecer extravagante ao leitor, mas a sensação de estranhamento desaparece após as primeiras páginas do livro. Com certeza, o leitor irá rir e se divertir com a história do garoto desastrado que combate um grupo de falsos amantes de livros que quer dominar o mundo.

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