Filmes

Onde vivem os monstros

Numa ilha habitada por monstros, garoto mal-criado aprende importantes lições sobre crescimento e amadurecimento

– 13/01/2010

ONDE VIVEM OS MONSTROS
Where the wild things are
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze e Dave Eggers, baseado no livro de Maurice Sendak
Elenco: Forest Whitaker, Catherine Keener, Paul Dano, James Gandolfini, Catherine O’Hara, Lauren Ambrose, Tom Noonan, Alice Parkinson, Max Records, Michael Berry Jr.
Duração: 101 minutos
EUA, 2009


O filme é fiel à obra original na medida do possível, pois o livro de Maurice Sendak tem cerca de quarenta páginas e quase nenhum texto. Spike Jonze e Dave Eggers tiveram muito trabalho para fazer essa adaptação cinematográfica de 101 minutos. Os esforços da dupla resultaram num filme tocante sobre infância e crescimento.

Max é um garoto travesso de 8 anos. Quando veste a sua fantasia de lobo, fica mais terrível ainda. Nos primeiros momentos do filme, como no livro, Max aparece correndo e gritando atrás do cachorro da família. Em seguida, para chamar a atenção da irmã, o menino joga bolas de neves nos amigos dela. Na história original, Sendak não dá nenhuma informação sobre a família de Max. Na adaptação, os pais do garoto são separados. O pai é ausente, e a mãe tem pouco tempo para os filhos devido ao trabalho. Claire, a irmã de Max, já é adolescente e não quer perder tempo tomando conta do irmão mais novo. Tendo uma família assim, não é de se admirar que o protagonista tenha um comportamento nada exemplar. Ele quer atenção e carinho.

A situação complica quando a mãe de Max arranja um namorado e o convida para jantar. O menino não gosta nada disso e veste a fantasia de lobo. O garoto começa a provocar a mãe até ela perder a paciência e mandá-lo para o quarto. Max a morde acidentalmente e foge assustado. Numa mistura de realidade e imaginação, Max encontra um barco e embarca nele. Depois de uma longa viagem, o menino chega a uma ilha e, depois de escalar uma montanha, encontra um grupo de monstros. A princípio, as criaturas querem devorar o invasor. Mas o garoto mente dizendo que é um rei com poderes mágicos que derrotou e dominou os vikings. Max se torna o soberano dos monstros. A primeira ordem do novo monarca é fazer uma grande bagunça, com direito a derrubada de árvores.

Diferente do livro, cada monstro no filme tem um nome e uma personalidade. Alexander, que parece um bode, é ignorado por todos e vive tentando chamar a atenção. Já Douglas, a “águia”, é companheiro e sempre apóia os amigos. Carol, que aparece no pôster junto com Max, é um bom sujeito, mas muito impulsivo. Além disso, ele e KW, a “monstra” de cabelos longos e sem chifres, vivem brigando como um casal de namorados.

Tendo como inspiração a maquete do mundo ideal de Carol, Max resolve construir uma fortaleza em que ele e seus súditos viveriam felizes para sempre. Para construir essa “utopia”, o rei dos monstros vai precisar lidar com as diferentes personalidades dos amigos e resolver conflitos decorrentes de sentimentos como raiva, ciúme, desconfiança, medo e inveja. Conforme o tempo vai passando, Max começa a entender como é difícil entender e cuidar daqueles que amamos e como as coisas não saem como planejamos. Isso terá uma grande importância no amadurecimento do menino.

Uma explicação plausível para o fato de Max usar uma fantasia de lobo é a simbologia por trás desse animal. O lobo está associado à vida selvagem, ao lado instintivo e agressivo do ser humano. O animal também representa os processos de amadurecimento e lapidação interior. Por enxergar bem no escuro, o lobo é visto como guia. Por viver em bando, em que os membros cuidam uns dos outros e dividem a comida, o animal também é símbolo de partilha e cuidado. A princípio, a fantasia é a representação do lado mal-criado do protagonista. Na ilha, ela representa a nova a situação do menino, a de líder e guia de um grupo de monstros.

Os pequenos irão se divertir com as brincadeiras e confusões de Max e seus monstruosos amigos, além de aprenderem algo sobre crescimento e amadurecimento. Os adultos vão se emocionar com a história de um garoto que aprende a lidar com as frustrações e descobre como o amor e a amizade podem ser complicados, mas necessários na vida de todos.

Comentários (2)
  1. Alec Silv

    09 de agosto de 2011 - 21:23

    Um dos poucos filmes realmente belos que já vi. É para crianças e adultos.

  2. Deny

    19 de agosto de 2012 - 18:01

    É um filme de difícil entendimento, pois deixa muitas coisas soltas no ar, coisas que você pensa ‘concerteza será esclarecido no final’, mas não é! Não o considero um filme para crianças é melodramático e confuso nenhuma criança teria a paciência de vê-lo até o fim. Após ver o filme o qual tinha grandes expectativas fiquei com a sensação de Esperava mais e não de Quero mais.

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