As bocarras de muitos se abrem
destemidamente e soltam ardor
As cabeças de poucos se abrem
inconscientemente para onde for
Os punhos dos febris se lançam
violentamente e marcam o rosto
Os rascunhos dos gentis nascem
irracionalmente do tique do seu corpo
Em farra de todos os bois
Em batalha de tantos loucos
Em morte de vários santos
Em sangue de monstros tortos
Feitos de bocarras
Feitos de cabeças
Feitos de punhos
Feitos de rascunhos
Cada um explora o se ou o talvez
Cada qual ignora o poder de escolha
Cada um liberta o pois ou outra vez
Cada qual escreve a vida em uma folha
Cristiane Vieira de Farias nasceu no ano de 1987, em São Paulo. Escreve há 17 anos. Formou-se em Produção de Música Eletrônica e atualmente estuda Operação de Áudio. Trabalhou com curta- metragem, nas funções de produção, roteiro, direção e assistência. Escreve contos, crônicas, poesias, letras de música, roteiro de curta-metragem, videoclipe e dramaturgia.
Texto publicado na edição 1 da revista Eels.
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