do lado direito é yôga
do lado esquerdo é uma rave
me endireito e me esquerdo
mas sempre ciente do magma
do meu entremeio;
um penhasco da serra dos órgãos.
onde tento um rapel nas sílabas
de alguma palavra rochosa que me empedrasse
de perseverança.
o céu cotidiano com esse tapume,
cem sois e um calor de dois gumes
para cada queixume.
daí subo ventando
para o cume
de alguns verbos através
de alpinismo.
Conviver é verbo que
possui altitude superior
a 2500 metros.
&
aquele bando de garça que sobrevoava o Rio Piranga
pousava no bambuzal
e logo entardecia tudo dentro da gente.
e logo anoitecia tudo dentro da gente
o motor as vezes sendo
fiel a nossa climatizaçao
quando ao redor era tudo neblina.
um menino grávido do escuro dos dias
dá luz
a um cadáver que chora neon.
”gente é para brilhar”.
quando Sodoma e Gomorra
sentem uma danada
de uma inveja dos nossos estados
sejam eles mentais, físicos e geográficos.
morde lamina de foice,
eis a metrópole.
Hamurábi se contorcendo
de ciume diante da maneira que me des
governo.
opressor e oprimido são é irmãos siameses
na selva.
alegria é como fungo
que se mastigado age como
neurotoxina.
há o esforço de espiar a lua,
obesa como a sua cabeça.
mas eles pregam é distração.
pregam com prego medonho a testa.
um demônio da Tasmânia
aprendendo as bases do veganismo,
isso é a metrópole.
as vezes o horoscopo tem a mania de
zoológico.
Um rinoceronte gargalhando
dentro do seu sistema imunológico.
com cimento e reboco
grudam no olho
toda e qualquer informação
do globo.
a transa dos átomos de oxigênio,
o besouro voando desengonçado com sua fuselagem negra e
a casca do guapuruvu seca
não eram noticiados nos satélites.
fotossíntese era uma palavra que me interessava
mais que a palavra aço
inoxidável.
medo era fermento para engordar a massa.
a velocidade da luz tartarugava
diante da velocidade dos nossos sentimentos.
são mil desejos para apenas
dois vagões de trens da super via.
do lado direito é yôga
do lado esquerdo é uma rave
me endireito e me esquerdo
mas sempre ciente do magma
ciente do meu entremeio;
um penhasco da serra dos órgãos.
onde tento um rapel nas silabas
de alguma palavra rochosa
que me empedrasse
de perseverança.
Matheus José Mineiro, artesão e autor do livro A cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral, pelo Selo Tomate Seco. Produz artesanalmente os zines Apologia Poética, Costelinha com Quiabo e Poesia e Mais um Cadim de Poesia Aí. Blog do autor: www.apologiapoetica.blogspot.com.
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