Segundo a Folha de S. Paulo, o escritor turco Orhan Pamuk inaugurou na sexta-feira passada, em Istambul (Turquia), um museu baseado no livro O museu da inocência. O escritor reuniu uma coleção de objetos do cotidiano turco entre os período de 1950 a 2000. Entre as peças expostas estão pontas de cigarros, escovas de dente, cachorros de porcelana e até uma cama. Os objetos fazem referência à memória dos personagens do romance do escritor. O Museu da Inocência tem 83 vitrines, uma para cada capítulo do livro.
Para Pamuk, o interesse do museu não está nos objetos expostos, mas na sua capacidade de proporcionar uma experiência semelhante à da leitura do livro.
Na trama de O museu da inocência, o leitor conhece Kemal, descendente de uma família rica e tradicional. Ele está prestes a se casar com a inteligente e refinada Sibel. A vida dele parece completa em todos os sentidos: financeiro, familiar e amoroso. Porém, tudo entra em crise quando Kemal se reencontra com Füsun, uma prima distante de dezoito anos que trabalha como vendedora em uma boutique. Ele passa a ter encontros sexuais frequentes com a jovem, embora não considere terminar o noivado com Sibel, a esposa perfeita aos olhos da sociedade turca.
A partir dessa história de desilusão, obsessão amorosa, embate entre Ocidente e Oriente, tradição e modernidade, Pamuk apresenta um panorama social e cultural da Turquia. Como prova da existência de sua estreita ligação com Füsun, Kemal organiza um melancólico museu de objetos, que acaba sendo uma versão em miniatura dos dramas sociais da época e das relações entre homens e mulheres na Turquia da década de 1970.
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