Inspirado no nome de um cacique índio, em homenagem à “filosofia” antropofágica do modernista Oswald de Andrade, o Cunhambebe contempla a melhor ficção estrangeira contemporânea publicada no Brasil. Em sua terceira edição, o prêmio escolheu como melhor livro traduzido de 2009 a obra A fantástica vida breve de Oscar Wao, de Junot Díaz, publicado pela Record e traduzido por Flávia Anderson. Terras baixas (Joseph O’Neill, tradução de Cássio de Arantes Leite, Objetiva) e O projeto Lazarus (Aleksander Hemon, Maira Parula, Rocco) ficaram com o segundo e terceiro lugar, respectivamente.
O livro do dominicano Junot Díaz também venceu o Pulitzer de 2008. Narra a vida nada fácil de Oscar, um nerd dócil e desastrosamente obeso. De origem dominicana, ele vive com a mãe e a irmã em um gueto em Nova Jersey. Humilhado pelos colegas e isolado do mundo, Oscar tem como companhia os livros e filmes de ficção científica e fantasia. Ele sonha em se tornar a versão latina de Tolkien latino e encontrar um grande amor. Porém, uma antiga maldição assola a família de Oscar há gerações, condenando seus parentes a prisões, torturas, acidentes trágicos e a paixões malfadadas. O obeso nerd dominicano, que ainda anseia pelo primeiro beijo, é a vítima mais recente. Ao mesmo que narra a jornada épica da família de Oscar, de Santo Domingo a Nova Jersey, e o retorno deles à terra natal, o autor faz um retrato das lástimas da ditadura dominicana e da luta da família de Oscar pela sobrevivência em momentos históricos cruéis.
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