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Em livro de ficção científica, humanidade apaga e tem visões do futuro

Em Flashforward, as pessoas tentam desesperadamente evitar ou garantir o futuro visto durante apagão da humanidade

– 07/02/2014

FlashfowardFLASHFORWARD
Robert J. Sawyer
Tradução de Ana Carolina Mesquita
384 páginas
Galera Record (Record), 2014
R$ 42,00

 

Uma experiência científica tem um efeito colateral inesperado. Toda a população da Terra fica inconsciente por 137 segundos. Durante o período de inconsciência, as pessoas veem o seu futuro daqui a vinte anos.

Quando todos despertam, há caos e confusão por toda a parte: carros arruinados, aviões caídos, cirurgias malsucedidas e um elevado número de mortos. Depois de passado o choque das visões, cada indivíduo luta desesperadamente para evitar ou garantir o futuro visto.

Ao mostrar os pontos de vistas de vários personagens sobre o apagão humano, o autor faz uma interessante reflexão filosófica sobre viagens no tempo, consciência, destino e o significado de ser humano.

Em 2009, o livro de Robert J. Sawyer deu origem à série de televisão homônima, também conhecida no Brasil como Linha do tempo.

 

Trecho

E então, subitamente, tudo mudou.

Houve uma mudança imediata na iluminação — a iluminação fraca da sala de controle foi substituída pela luz do sol vinda pela janela. Porém, não houve nenhum ajuste, nenhum desconforto — e nenhuma percepção de que as pupilas de Lloyd estivessem se contraindo. Era como se ele já houvesse se acostumado com a luz mais intensa.

No entanto, Lloyd já não conseguia controlar os olhos. Ele queria olhar ao redor, ver o que estava acontecendo, mas seus olhos se moviam como se por vontade própria.

Estava na cama; aparentemente, nu. Ele sentia os lençóis de algodão deslizarem pela sua pele ao se erguer, apoiando-se em um cotovelo. Quando mexeu a cabeça, viu de relance as trapeiras, que pareciam estar situadas no segundo andar de uma casa de campo. Havia árvores à vista, e…

Não, não podia ser. Aquelas folhas estavam queimadas pela geada. Porém, hoje era dia 21 de abril — primavera, não outono.

A visão de Lloyd continuou a se deslocar e subitamente, com o que deve ter sido espanto, ele percebeu que não estava sozinho na cama. Havia outra pessoa a seu lado.

Ele se retraiu.

Não… não estava certo. Ele não teve qualquer reação física; era como se seu corpo estivesse desconectado de sua mente. Mas ele sentia vontade de se retrair.

A outra pessoa era uma mulher, mas…

Que diabo estava acontecendo?

Ela era velha, enrugada, com pele translúcida, o cabelo, uma teia de aranha branca. O colágeno que um dia preenchera suas faces se acumulara em papadas nos cantos da boca, boca que agora sorria, as linhas nos cantos perdidas em meio às rugas permanentes.

Lloyd tentou se afastar daquela bruxa velha, mas seu corpo se recusou a cooperar.

O que em nome de Deus estava acontecendo?

Era primavera, não outono.

A menos que…

A menos que, claro, ele agora estivesse no hemisfério sul. Que tivesse sido transportado de algum jeito da Suíça para a Austrália…

Mas não. As árvores que ele vira pela janela eram áceres e álamos; ele devia estar na América do Norte ou na Europa.

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