Uma disputa jurídica entre os herdeiros de Cecilia Meireles impede que a obra da autora seja reeditada por qualquer editora.
A briga teve início em 2000 com uma ação movida por Maria Fernanda Correia Dias, a mais nova das três filhas de Cecilia Meireles, contra o sobrinho Alexandre Teixeira, advogado e agente literário da avó. Maria Fernanda contesta a prestação de contas dos direitos autorais feita por Teixeira. Em 2007, o advogado foi condenado a pagar R$ 799,6 mil. A disputa entre tia e sobrinho provocou um racha entre os herdeiros de Cecilia Meireles.
Com a morte de Maria Mathilde, mãe de Alexandre, o caso teve uma reviravolta. Teixeira e sua irmã Fernanda Maria disputam na justiça para ver quem fica com a parte que pertencia à mãe. A irmã do advogado se uniu à tia Maria Fernanda na batalha pela titulariedade da obra da autora do Romanceiro da Inconfidência.
Alexandre Teixeira alega que a mãe passou através de documento assinado os direitos dela para Ricardo Strang, filho de Maria Elvira, a primogênita de Cecilia Meireles.
Para evitar que abusos e disputa entre herdeiros atrapalhem a difusão de obras importantes para a cultura brasileira, o Ministério da Cultura pretende incluir um item polêmico na reforma da lei de direito autoral: uma licença de exploração sem autorização de herdeiros.
Enquanto a batalha pela titulariedade da obra de Cecilia Meireles não chega ao fim, quem perde são os leitores. O mercado editorial aguarda o desfecho do caso. As informações são da Folha de S. Paulo.

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