Em seu 13º romance, Surdo mundo (tradução de Guilherme da Silva Braga, 328 páginas, L&PM, R$ 49,00), o autor inglês David Lodge apresenta o professor de linguística Desmond Bates, que está ficando surdo. Devido à grande quantidade mal-entendidos que ocorrem nas aulas, Desmond é obrigado a se aposentar. O aparelho para surdez nem sempre funciona. A vida do professor aposentado é um martírio, além de ler spams sobre disfunção erétil, Desmond tem de acompanhar a bem-sucedida carreira da mulher, que não tem tempo para repetir o que acabou de dizer. A situação fica menos estranha quando o protagonista visita o pai, que é mais surdo e não quer saber de médico.
Quando a atraente e desiquilibrada aluna Alex entra em cena, a vida de Desmond fica ainda mais complicada. Será que Alex teria outros interesses além de uma ajuda na tese de doutorado?
O que poderia ser um drama adquire contornos irônicos no livro de Lodge. Em uma obra comovente e ao mesmo hilária, o escritor inglês trata de forma profunda e séria os temas da velhice e da mortalidade.
Confira no site da editora L&PM, uma entrevista com o tradutor do livro, Guilherme da Silva Braga, em que ele explica quais foram as dificuldades encontradas na tradução do romance de David Lodge.

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