Depois de um longo hiato, o Literatsi volta à ativa. A tradicional lista de lançamentos está de volta. Quer saber o que a sua editora favorita vai lançar em 2019? Até o fim de fevereiro, iremos divulgar os lançamentos previstos para 2019. Vale lembrar que essas informações são previsões. A crise em que se encontra o mercado editorial pode fazer as editoras mudarem de ideia: adiar algum título para o ano que vem ou deixá-lo na geladeira por tempo indeterminado. Normalmente as editoras cumprem o que prometem.
As fontes de informações foram as mais diversas. Além dos anúncios em redes sociais e das informações obtidas diretamente com as editoras, foram consultados jornais e suplementos literários. Não é necessário dizer que as colunas Babel e Painel das Letras foram paradas obrigatórias.
Como sempre fazemos, vamos divulgar os lançamentos das editoras grandes e pequenas. Pretendemos com essa atitude mostrar que os bons livros não estão concentrados em cinco ou seis editoras.
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ATUALIZAÇÕES
02/01/2019: Mais lançamentos da editora Carambaia.
06/01/2019: Lançamentos da editora Todavia.
07/01/2019: Lançamentos das editoras Malê e Âyiné.
08/01/2019: Lançamentos da editora Jabuticaba. Mais informações sobre a Todavia.
17/01/2019: Lançamentos da editora Wish.
20/01/2019: Lançamentos das editoras Dublinense, Tordesilhas e Pipoca & Nanquim. Mais informações sobre a Companhia das Letras.
26/01/2019: Lançamentos da editora Arqueiro. Mais informações sobre a Dublinense.
27/01/2019: Mais informações sobre a Companhia das Letras.
EDITORAS
A editora vai lançar a ficção científica Metrópolis, da escritora alemã Thea von Harbou, que deu origem ao filme homônimo do cineasta Fritz Lang. O filme é considerado por especialistas um dos expoentes do expressionismo alemão.
A editora Arqueiro começa com o livro No meu sonho te amei, de Abbi Glines. Na noite de formatura, Vale McKinley e o namorado Crawford sofrem um acidente de carro. Enquanto aguarda pela saída do namorado do coma, Vale acaba se aproximando de Slate Allen, colega de faculdade do seu irmão. Relutante, a moça vai para a universidade, longe do namorado em coma e mais perto de Slate. A história do “casal” vai sofrer uma grande reviravolta.
Outro livro que chega em janeiro é o segundo volume da série Os Rokesbys, de Julia Quinn: Um marido de faz de conta. Para fugir de uma tia solteira e um primo vigarista, Cecilia Harcourt viaja para cuidar do irmão que foi ferido durante uma batalha, mas não consegue encontrá-lo e acaba cuidando do oficial Edward Rokesby. Para cuidar do oficial, Cecilia mente dizendo ser sua esposa. Uma série de surpresas aguardam a nova sra. Rokesby quando o “marido” recobrar a consciência.
Em fevereiro chega o quarto volume da série Os Ravenels, de Lisa Kleypas. A ousada e independente médica Garret Gibson se envolve com um ex-detetive da Scotland Yard e precisa lidar com uma ameaça de traição do governo inglês em Um estranho irresistível.
A trágica história do navio alemão Wilhelm Gustloff, afundado pelos russos em 1945, serve de base para o romance O sal de lágrimas, de Ruta Sepetys. Quatro jovens de países diferentes se encontram em um navio para fugir dos soviéticos e encontrar segurança e liberdade em outras terras.
Outro livro que chega em fevereiro é A caça, de M. A. Bennett. O jovem Greer MacDonald é bolsista em uma escola antiga e tradicional da Inglaterra, repleta de alunos ricos e privilegiados. Um convite inesperado do colega mais popular do colégio promete um fim de semana com muito sangue para Greer.
Em março a editora lança Céu noturno crivado de balas, com poemas de Ocean Vuong; e A triunfante, romance de Teresa Cremisi com inspiração autobiográfica.
Entre março e abril, a Âyiné lança Que Paraíso é esse, de Francesca Borri. Nesse livro a jornalista italiana mostra o que se esconde por trás da face turística das Maldivas, uma pequena nação insular no Oceano Índico. Pobreza, segregação social, heroína e criminalidade. A maioria dos combatentes estrangeiros do Estado Islâmico é de lá.
Em maio, chega às livrarias O surgimento da sexualidade – Arnold I. Davidson. Utilizando filosofia e história, Arnold Davidson elabora um método chamado de “epistemologia histórica”, que ele aplica na história da sexualidade. Isso traz consequências importantes para a compreensão do desejo, da anormalidade e da própria sexualidade. Com vários exemplos que vão de Tomás de Aquino a Freud, Davidson desenvolve as lições metodológicas de Georges Canguilhem e Michel Foucault para analisar a história de nossa experiência de normatividade e seus desvios.
A editora pretende lançar dois livros de autores russos: O Arquipélago Gulag, de Aleksandr Soljenítsin, e A lasca, de Vladímir Zazúbrin.
Fora de catálogo no Brasil há vários anos, o livro de Soljenítsin ganha uma nova edição. O Arquipélago Gulag relata os horrores vividos nos campos de trabalho forçado (gulags) da ex-União Soviética. Já o livro de Zazúbrin fala sobre um membro da Tcheká, o primeiro órgão de repressão da União Soviética. Em 1992, o livro virou filme pelas mãos de Aleksandr Rogójkin com o título O Tchekista.
Do escritor alemão Heinrich Böll, a Carambaia vao lançar o romance A honra perdida de Katharina Blum. Uma jovem mulher torna-se o centro de um escândalo explorado por um jornal sensacionalista, Katharina havia se apaixonado por um homem procurado pela polícia. Humilhada pela opinião pública, a jovem resolve lutar por sua honra.
Um dos importantes nomes da literatura judaica, o premiado escritor israelense Aharon Appelfeld colocou o Holocausto no centro de sua obra. Dele a editora publica Meu pai e minha mãe (2013), que leva o leitor leva a um local da infância de Appelfeld, à beira do Rio Prut, nos Cárpatos, onde passou as férias de verão com os pais, pouco antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Tem literatura italiana entre os lançamentos da Carambaia. A ilha de Arturo, de Elsa Morante, é um romance de formação. O leitor acompanha os sonhos, as dores, as descobertas e paixões do jovem Arturo, órfão de mãe e solitário durante as longas ausências do pai.
Um dos primeiros lançamentos da editora é o livro Cat person e outros contos, de Kristen Roupenian. O conto “Cat person” alcançou uma projeção inesperada ao ser publicado no site da revista The New Yorker em dezembro de 2017.
Outro livro que também chega em janeiro é Se a rua Beale falasse, de James Baldwin. A obra narra os esforços da jovem Tish para provar a inocência do noivo, acusado de ter estuprado uma porto-riquenha. Outra obra de Baldwin que a Companhia pretende lançar é Notes of a Native Son, reunião de ensaios que abordam principalmente a questão racial na América e na Europa.
O novo romance de Michael Ondaatje, Warlight, pode chegar às livrarias em 2019. A obra conta a história de dois irmãos, Nathaniel e Rachel Williams, que são deixados aos cuidados de um estranho homem conhecido como A Mariposa. A história se passa no fim da Segunda Guerra.
Finalmente o leitor brasileiro poderá conhecer o trabalho de Silvina Ocampo, uma das grandes autoras argentinas. O livro A fúria reúne 34 contos traduzidos por Livia Deorsola.
Outro importante autor que chega às livrarias é o chileno Roberto Bolaño. Dele a Companhia publica A universidade desconhecida, antologia póstuma de poesia do autor, e A literatura nazista nas Américas, enciclopédia fictícia sobre escritores nazistas ou simpatizantes. Este livro chega em março.
Mais um livro internacional. Primeiro volume de uma trilogia que vai virar série de TV, Vernon Subutex, de Virginie Despentes, conta a história de um cinquentão falido, ex-dono de uma loja de discos, que vira um sem-teto. O livro foi finalista do Man Booker International Prize de 2018.
Com previsão para o primeiro semestre deste ano, a Companhia deve lançar um livro que reúne a poesia do escritor carioca Victor Heringer. Farão parte da obra o esgotado Automatógrafo (2011), textos dispersos publicados em revistas literárias e eventuais inéditos.
A nova edição de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, deve chegar às livrarias em fevereiro, com novo projeto gráfico e textos complementares sobre a importância da obra. Outro importante e clássico autor brasileiro que a Companhia vai publicar é Monteiro Lobato, que entrou em domínio público. A editora vai lançar uma nova edição de Reinações de Narizinho, além de uma nova edição revisada da biografia Furacão da Botocúndia, de Carmen Lúcia Azevedo, Márcia Camargos e Vladimir Sachetta.
Em março, a editora lança o manual de criação literária Como escrever ficção, de Luiz Antonio de Assis Brasil, professor de uma das famosas e disputadas oficinas literárias do Brasil.
O selo Seguinte colocou no Youtube um vídeo bem criativo sobre os lançamentos do primeiro semestre. Utilizando o formato de telejornal, os novos títulos vão sendo apresentados.
A Suma vai lançar O fim da morte, terceiro e último volume da série escrita pelo Cixin Liu. Outro autor de ficção científica que chega às livrarias nesse ano é Philip K. Dick. Serão títulos inéditos, por enquanto não foram divulgados quais. Mais um livro de George R.R. Martin chega pela Suma. Trata-se de Nightflyers, uma mistura de space opera com terror. Vai virar série no Netflix, a estreia está prevista para dia 1º de fevereiro. E como não poderia faltar, a Suma vai lançar mais livros de Stephen King. Além de uma nova edição de A metade sombria, serão publicados os inéditos Flight or Fright e Elevation.
A editora relança em edição exclusiva, com o título de Candyman, a novela “The Forbidden”, publicada no quinto volume de Livros de Sangue. A narrativa deu origem aos filmes da franquia Candyman.
A editora vai relançar dois livros publicados anteriormente com exclusividade para o clube de assinatura de livros TAG: O alforje, da iraniana Bahiyyih Nakhjavani, e Existo, existo, existo: dezessete tropeços na morte, da irlandesa Maggie O’Farrell. No livro de Nakhjavani, a vida de nove personagens são costuradas por um misterioso alforje, uma espécie de bolsa. Já na obra da escritora irlandesa, a autora narra seus 17 encontros com a morte. O livro é uma homenagem à filha, que luta contra uma doença autoimune.
Com previsão para o primeiro semestre está o primeiro livro do youtuber Yuri Al Hanati, do canal Livrada. A obra reúne crônicas antigas e inéditas.
Pelo selo Não Editora, será lançado Mônica vai jantar, do autor baiano Davi Boaventura.
A editora lança mais um livro do jamaicano Marlon James (Breve História de Sete Assassinatos), o primeiro volume da trilogia Dark Star, série fantástica inspirada na mitologia africana.
A editora Jabuticaba tem vários títulos de poesia programados para esse ano. Em março chegam os livros Variações sobre tonéis de chuva, de Jan Wagner (ganhador do Georg Büchner Prize), e uma antologia de poemas (sem título definido) da estadunidense Eileen Myles. Para maio, Sereia no copo d’água, da brasileira Nina Rizzi, e Ova Completa, da argentina Susana Thénon, com apresentação e tradução de Angélica Freitas. Em junho chega Cidadão, da estadunidense Claudia Rankine. O único livro de poesia a entrar na lista de mais vendidos do New York Times.
A editora vai lançar o primeiro romance da atriz, cantora e poetisa Elisa Lucinda: Livro do avesso, o pensamento de Edite.
Os leitores poderão conhecer o trabalho da escritora senegalesa Fatou Diome. A Malê vai publicar O ventre do Atlântico. A autora usa como inspiração a própria experiência como imigrante na França para falar de expectativas, desafios e riscos da imigração.
Da mesma dupla de Marada, a Mulher-Lobo, a Pipoca & Nanquim começa o ano com a graphic novel Dragão Negro, com roteiro de Chris Claremont e ilustrada por John Bolton. A história se passa na Inglaterra medieval, o ano é 1193. Exilado pelo rei Henrique, James Dunreith retorna para reinvidicar a terra que é sua por direito de nascença. Acusado por feitiçaria e pressionado pela rainha Leonor da Aquitânia, Dunreith recebe como missão encontrar a pessoa que vem rebelando com a coroa e resolver o assunto de qualquer jeito. O problema é que o rebelde já foi o melhor amigo de Dunreith. Mais perigosa do que a ameaça política é a conspiração para dominar os poderes ocultos da região, o que pode desencadear o mal supremo.
A editora também pretende publicar mais trabalhos dos artistas Chabouté e Esteban Maroto, além de publicar o segundo volume da série Beasts of Burden, com uma inusitada equipe de investigadores paranormais composta por cães e gatos, e o terceiro e último volume da coleção Conan, o Bárbaro.
No segundo semestre a Pipoca & Nanquim passa a publicar obras de autores nacionais.
A editora deve publicar nesse ano a releitura da tragédia MacBeth (de Shakespeare) feita pelo escritor Jo Nesbø.
Sai pelo selo Estação Brasil uma biografia de Mário de Andrade, escrita por Jason Tércio. A obra promete corrigir informações histórias, como o ano em que Mário e Oswald de Andrade se conheceram. Além disso, o livro aborda a participação dos modernistas na Revolução Constitucionalista e o cotidiano deles na Paris da década de 1920.
A Todavia lança em janeiro quatro livros. Em Lucky Jim, um professor de história medieval precisa publicar um artigo que lhe renda a admiração da academia, além de cultivar um bom relacionamento com o pedante chefe do seu departamento e de conquistar o amor de uma colega de trabalho que tentou se suicidar. O professor vai precisar de muita sorte. Em Os fantasmas inquilinos, o leitor poderá conhecer o trabalho do poeta português Daniel Jonas, um dos mais premiados da atualidade. No livro Jinga de Angola: a rainha guerreira da África, de Linda M. Heywood, é apresentada a vida da rainha Jinga, poderosa e destemida, que desafiou os limites impostos às mulheres de Angola no século XVII. Para preservar os seus domínios, enfrentava até os colonizadores portugueses. E por fim, Outras mentes: o polvo e a origem da consciência, de Peter Godfrey-Smith. Combinado história natural e filosofia, o autor mostra como o polvo desenvolveu a sua inteligência e conta uma nova história da consciência humana.
Com relação às histórias em quadrinhos. A editora vai publicar os volumes 2 e 3 de Bone, HQ de Jeff Smith. As aventuras dos primos Fone, Phoney e Smiley no Vale continuam em 2019.
Publicada no BuzzFeed News, a reportagem de Chico Felitti sobre o morador de rua Ricardo Corrêa da Silva, conhecido como Fofão da Augusta ganhou o Prêmio Petrobras de Jornalismo na categoria Inovação. E não é só isso, a reportagem vai virar livro, que trará mais informações. Chico Felitti viajou até Paris para localizar um antigo amor de Ricardo. O resultado disso tudo o leitor poderá conferir em Ricardo e Vânia.
Continuando com os livros de não-ficção, temos Repórter, livro de memórias de Seymour Hersh, jornalista especializado em geopolítica, atividades dos serviços secretos e assuntos militares dos Estados Unidos. O autor mostra os bastidores de alguns de seus furos jornalísticos, incluindo o massacre de My Lay (Guerra do Vietnã) e os horrores da prisão de Abu Ghraib.
Um livro que deve chamar bastante a atenção é Mastodontes, do historiador Joshua Freeman. Nele o autor conta a história da indústria global desde a Revolução Industrial até o presente. Oferece uma perspectiva interessante de como as fábricas moldaram a sociedade e os desafios que enfrentam agora.
Também estão previstos mais dois romances. Chelsea Girls é uma obra autobiográfica da poeta Eileen Myles. Entre as histórias de amor, humor e descobertas estão a rígida educação católica da década de 1960 e a ambição de viver de poesia na Nova York dos anos 1970. Já o romance Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh, traz uma mulher que acredita que o sono é o remédio para as misérias do mundo atual. Com o uso de medicamentos ela realiza o seu desejo de fugir do mundo.
Há ainda o livro Você é o que lê, de Gregorio Duvivier, Maria Ribeiro e Xico Sá. A obra tem relação com o projeto homônimo dos três autores em que estes fazem uma roda de bate-papo em que explicam assuntos do cotidiano através da literatura.
O selo Tordesilhas lança em abril o livro O pior dia de todos, de Daniela Koposch. A história foi inspirada no massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, quando o Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros 12 crianças em uma escola.
Os contos de fadas estarão presentes em três títulos da editora. Publicado anteriormente em três volumes, Contos de fadas em suas versões originais volta em volume único de capa dura. Os outros dois livros que a Wish lança em 2019 são Os melhores contos de fadas nórdicos e Os melhores contos de fadas celtas.
A editora também lança duas antologias de contos: O Infame Clube Vitoriano das Mulheres Livres e Kowai – Terror no Extremo Oriente.
A enciclopédia Do Incrível ao Bizarro é o primeiro título de não-ficção publicado pela Wish. O livro é um compêndio de artes antigas, livros raros e curiosidades sobre o passado. Não há existe no Brasil qualquer obra semelhante.
A Wish também planeja lançar quatro obras clássicas: Bambi, de Felix Salten; Pocahontas, de Virginia Watson; A Rainha do Ignoto, de Emília Freitas; e A filha do Rei de Elfland, de Lorde Dunsany. Para quem procura clássicos da literatura feminista, o livro de Emília Freitas é uma boa indicação.
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