Martin Page
Tradução de Bernardo Ajzenberg
160 páginas
Rocco
R$ 29,00
Depois de um dia comum de trabalho na agência de publicidade, Virgile chega em casa e ouve um recado perturbador na secretária eletrônica: “Aqui é Clara. Sinto muito, mas prefiro parar por aqui. Vou me separar de você, Virgile. Não quero mais.” A surpresa não era pela ruptura: solteiro, Virgile não tinha ideia de quem fosse Clara. O autor explora o pânico que toma conta do personagem parisiense: diante de tantas evidências que o aproximam de uma suposta ex-namorada, Virgile acredita que desenvolveu uma amnésia irreversível. Tem certeza de que vai morrer, sentimento que é ressaltado em ataques de ansiedade. Começa a evitar atividades corriqueiras, como andar de metrô. Quando se convence de que tem poucos dias de vida, decide encerrar contratos, escrever cartas de despedida e definir últimos desejos. Mas Virgile toma uma decisão inesperada – decide recuperar a mulher que desconhece. O enredo assume então o charme de uma comédia romântica, centrada nas nuances do protagonista. Virgile é um anti-herói distraído, um romântico descuidado. Quanto mais se convence de que desconhece a tal Clara, mais alimenta a culpa por ter causado seu sofrimento. As características incomuns do personagem fazem lembrar o gênio de Antoine, protagonista de Como me tornei estúpido, que decide renunciar à própria inteligência para se encaixar na sociedade consumista e idiotizada.
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