Andrew Davidson
Tradução de Marcos Santarrita
496 páginas
Rocco
R$ 59,50
Uma escultora misteriosa que garante estar viva desde a Idade Média e um homem desfigurado por queimaduras adquiridas num trágico acidente de carro têm os destinos cruzados no livro que une em ambientes tão díspares descrições viscerais sobre os muitos infernos dantescos presentes na história da humanidade. Um ator e diretor de filmes pornô com vida desregrada é o protagonista da história. Em uma noite de bebedeira, ele dirige em direção a um penhasco e, após uma grave explosão, fica com praticamente todo o corpo queimado. Quando acorda, está imobilizado na ala de queimados de um hospital, cercado por enfermeiras. Passam-se dias e meses, tempo durante o qual ele vai recuperando os movimentos e torna-se quase um especialista em queimaduras. Com tanto tempo livre na ala de queimados, ele aproveita para ler tudo que pode sobre o assunto. Enquanto faz relatos precisos sobre o tratamento, o autor também revela ao leitor um pouco sobre a história do protagonista, da infância insuportável de órfão criado por parentes viciados em drogas até virar um renomado e requisitado astro pornô. A história ganha um rumo diferente quando o protagonista começa a receber a visita de uma bela mulher, Marianne Engel, uma ex-paciente da ala psiquiátrica do hospital, que afirma ter vivido com ele uma história de amor na Idade Média. Demora um pouco para haver empatia entre ele e a estranha, mas eles acabam por se tornar amigos, de tal forma que após quase um ano de hospital, ele vai morar com ela e desiste da ideia de suicídio. Marianne trabalha como escultora, libertando gárgulas de blocos de pedra, como ela mesma costuma dizer. Entre uma peça e outra, ela conta ao novo amigo como foi que se conheceram séculos antes, quando ela era uma freira copista e ele um mercenário. Davidson mantém a história atraente intercalando episódios dos dois relacionamentos, o que se passa no presente e é narrado pelo protagonista, e o vivido na Idade Média, muito bem contado por Marianne Engel, a qual também costuma narrar ao amigo belas histórias de amor que superaram a morte, o tempo e a distância.
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