Siri Hustvedt
Tradução de Rubens Figueiredo
368 páginas
Companhia das Letras
R$ 49,00
Quando o psicanalista Erik Davidsen e sua irmã Inga vasculham os papéis de seu recém-falecido pai, imigrante norueguês de origem humilde e rural, deparam-se com uma carta assinada por uma certa “Lisa” dando conta da morte de alguém igualmente desconhecido, no passado não inteiramente esclarecido da família. Ao mesmo tempo que se dispõem a rastrear a identidade da misteriosa missivista e seu terrível segredo, Erik e Inga veem-se às voltas com os descaminhos de suas próprias vidas. Divorciado recentemente, Erik apaixona-se por Miranda, que aluga a parte de baixo de sua casa no Brooklin. Ele não demora a constatar que Miranda ainda está ligada ao ex-companheiro, que se diverte em assediar com requintes sádicos a ex-mulher e seu enamorado senhorio. Inga, por sua vez, tenta superar a morte do marido, Max Blaustein, cultuado escritor e roteirista cuja vida vem sendo vasculhada de forma invasiva por um acadêmico e uma jornalista enxerida. Intercorrência importante na história são as memórias deixadas pelo pai de Erik e Inga, que revelam a vida dura na fazenda no interior de Minnesota, desde os anos 1920, e sua terrível experiência de combatente no sudeste da Ásia durante a Segunda Guerra Mundial. O interesse sobre essas memórias aumenta consideravelmente quando o leitor sabe, pela própria autora, que elas são reais e saíram do punho de seu pai, que autorizou a filha a fazer uso delas antes de falecer, em 2003. Descendente direta de imigrantes noruegueses, Siri Hustvedt cria uma história muito pessoal, em que ficção e realidade se misturam livremente, gerando na mente do leitor uma sensação da mais abrangente intimidade.
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