03/11/2015
Guapecameu cão não tem raça não é de caça ou de avalanche não puxa trenó nem guia cego não é policial e nem são bernardo. me obriga a brincar sem que eu queira late quando não deve. não pega ladrão vai com quem passa a mão corre atrás de passarinho pula no lago atrás […]
29/06/2015
MulhermarçoGuarde seus aplausos, o presente e o sorriso falso Só porque é março? Descanse a maquiagem, os abraços, e as piadinhas quando passo Não esquecerei o tapa, nem o roxo na cara, Nem a falta de consideração Quando todos os dias me maltrata Não nasci mulher, mas tornei-me mulher Eu não sou apenas um […]
15/06/2015
ColesterolÓleo de argan nos cabelos secos, a secura de um útero estéril, a secura de um crânio morto há sete anos… Óleo de aloe vera jorrando de katanas enterradas em cada olho. Óleo untando a cara fresca de queijo que tem o homem rato, atado pelo medo, convencido de tudo… Óleo […]
15/06/2015
sobre os pedaços de vida subsequentes aos encontros por acasoainda era cedo me lembro bem dos teus olhos de melão não, não ponha o pé mais para a frente não se aproxime se a minha presença lhe sugere medo era engraçada a transferência de culpa naqueles dias sabiamente esperada como escolha própria, guarde-se com cuidado também a não poupar feridas com a […]
18/03/2015
epístola da liberdadea alvorada ostentou um dia de vento, chuva e muitos raios queimados o vendaval fazia penacho na cabeça das aves o frêmito emudecia as cantigas do amanhecer na relva o pássaro com o bico apontou o céu abriu as asas e se lançou explosivo no ar rasgou o vento com a ousadia […]
17/03/2015
Profissional do prazerE de repente ela vem Com suas garras estrofadas Com sua malícia verberante Em sincronia emocionalmente desajeitada Deixa meu corpo delirante De subtileza duvidosa, mesclando charme e melancolia Chega por trás, envolve meu corpo Com delicadeza invasiva, não me permite subterfúgio É minha pegada preferida Conhece minhas nuances cambiantes A estremeção do meu orgasmo […]
10/03/2015
Entre bocarras e punhosAs bocarras de muitos se abrem destemidamente e soltam ardor As cabeças de poucos se abrem inconscientemente para onde for Os punhos dos febris se lançam violentamente e marcam o rosto Os rascunhos dos gentis nascem irracionalmente do tique do seu corpo Em farra de todos os bois Em batalha de tantos loucos […]
09/08/2014
Favelário amazônico neural1 mastigar pétalas de jambo, injetar sementes de jabuticaba, embebedar-se de flores de abóbora, fumar o amarelo do maracujá e depois usar como travesseiro a Lua e tendo seus sonhos com a mesma medida de uma rua. ver que esses vergalhões de aço, essas chapas de metal, essas vigas nunca se queixam de carregar estas […]
28/03/2014
Porca selvagem do matoquando convive ou quando escreve tudo parece ferramenta cirúrgica que bifurca pele quando convive ou quando escreve cada sílaba é lâmina de um canivete que corta a barriga de uma porca selvagem do mato para jorrar um caldo muito mas muito pastoso até que o poema entre no mundo como um homem soltando grunhidos. […]
29/01/2014
Do verbo suportardo lado direito é yôga do lado esquerdo é uma rave me endireito e me esquerdo mas sempre ciente do magma do meu entremeio; um penhasco da serra dos órgãos. onde tento um rapel nas sílabas de alguma palavra rochosa que me empedrasse de perseverança. o céu cotidiano com esse tapume, cem sois e um […]